quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Empregabilidade do profissional formado em Licenciatura Química

Empregabilidade em Licenciatura Química
Faltam cada vez mais profissionais nas áreas de ensino das licenciaturas, mais especialmente os de licenciatura em exatas como o de Química. Apesar da carência por professores de 5ª a 8ª série e Ensino Médio, o país sofreu pelo quarto ano consecutivo (até 2011) uma queda no número de universitários formados em cursos voltados a disciplinas específicas do magistério. Essa informação foi divulgada pelo Jornal A Folha de São Paulo, em fevereiro de 2009 e, de lá para cá, a carência aumentou.

Segundo o levantamento do jornal, no ano de 2007, 70.507 pessoas formaram–se em licenciatura, 4,5% a menos que em 2006 e 9,3% a menos que em 2005, e de acordo com o Censo do Ensino Superior, pelo Ministério da Educação também em 2007, as maiores quedas na época, entre as disciplinas obrigatórias, ocorreram em letras (–10%), geografia (–9%), química (–7%) e filosofia (–5%).

Segundo estimativa da Câmara de Educação Básica, órgão competente do Conselho Nacional de Educação (CNE), atualmente o país precisa de 300 mil profissionais em todo o país, só no ensino profissionalizante, a eles soma–se ainda o déficit de professores da 5ª série do fundamental ao 3º do ensino médio na formação geral.

Panorama favorável

A tendência é de um panorama mais otimista nos próximos anos. Uma vez que o déficit por profissionais no nível profissionalizante, principalmente, pode prejudicar ampliação do Ensino Médio pelo Ministério da Educação (MEC), que recentemente teve aprovado o projeto de implantação do ensino médio em tempo integral, conforme anunciou o ministro da Educação, Fernando Haddad, em janeiro deste ano. A medida deve custar cerca de R$21 bi em investimento e tem como meta permitir o estudante a fazer o curso regular num turno e, no outro, o profissionalizante.

Mantido no cargo, o ministro da Educação quer que a oferta de Ensino Médio em tempo integral, associado ao ensino técnico, seja uma das marcas do governo Dilma Rousseff, essa questão deve trazer mais investimentos no setor.

Em fevereiro deste ano, Fernando Haddad anunciou o novo piso salarial dos professores da rede pública do país, que passaram a receber o valor de 1.187,97 reais para docentes de nível médio que cumprem carga horária de 40 horas. Na rede privada de São Paulo os salários de professores da variam mais de 600% por escola, de acordo com um ranking feito pelo Sindicato dos Professores de São Paulo (Sinpro–SP) na educação básica e superior privada e divulgado pela Folha de São Paulo no ano de 2007.

Salários na rede particular podem chegar a R$ 4.151 em São Paulo

Segundo a pesquisa, na educação infantil e de 1ª a 4ª série do Ensino Fundamental, alguns colégios chegam a pagar R$ 4.151 por turno de 22 a 25 horas semanais. Isso ocorre porque a partir da 5ª série, os salários são calculados por hora–aula. Tanto de 5ª a 8ª quanto no Ensino Médio.

Apesar de fixado em R$ 1.187,97, a tendência também é de melhores rendimentos na rede pública. Segundo o Jornal O Estado de São Paulo, em julho de 2011, o governador Geraldo Alckmin enviou à Assembleia Legislativa o projeto de lei complementar da proposta de plano de carreira para o magistério. A proposta, que passa a vigorar a partir do ano que vem, estipula que todos os profissionais que atingirem a nota exigida pela Secretaria Estadual de Educação na prova de mérito serão promovidos.

Conforme indica a matéria do jornal, com as mudanças, os professores poderão evoluir em dois eixos, horizontal e vertical, ambos com oito níveis salariais. No vertical, entram a prova e os demais critérios (a serem definidos), que vão conceder acréscimos de 10,5% sobre o salário anterior. No horizontal, em que se leva em conta a progressão acadêmica (como cursos de pós–graduação), os aumentos serão de 5%.

A medida tem como meta incentivar o professor a progredir, estudando mais. Além disso, depois de implementada, a proposta permitirá os professores participar da prova de mérito de três em três anos. Antes só era permitido prestar de quatro em quatro anos.

Em 24 anos professor de educação básica II pode receber salario de até R$ 6.704,07, ao atingir ápice da carreira

Além disso, em maio, Alckmin já havia anunciado o aumento escalonado, em quatro anos, de 42,25% para os docentes. Na prática, em 24 anos, um professor de educação básica II (de 5ª a 8º série), com uma jornada de 40 horas semanais, vai atingir no ápice da carreira na rede um salário máximo de R$ 6.704,07.

Segundo o professor Msc. Márcio Rogerio Muller, coordenador do curso de Licenciatura em Química das Faculdades Oswaldo Cruz, o atual cenário é muito promissor para quem quer seguir carreira no magistério, mas para se diferenciar é necessário fazer as escolhas corretas e se especializar cada vez mais.

“Todos os nossos alunos saem praticamente empregados da faculdade, muitos avançam em concursos públicos se efetivando como professores dos ensinos Fundamental e Médio. Além disso, muitos alunos seguem os estudos em nível de pós–graduação, mestrado e doutorado e com isso passam a lecionar em instituições de ensino superior”, apontou o professor Muller.

Para o coordenador, a Oswaldo Cruz, apresenta diferenciais competitivos para quem quer se dedicar ao setor. “O curso de Química teve uma reformulação na sua matriz curricular neste ano. Os alunos que ingressarem terão um curso muito focado na área de Química, saíram com sólidos conhecimentos atualizados, inclusive trabalhando na área da informática. Com isso, saem preparados tecnicamente, inclusive para trabalhar com capacitação de pessoas dentro de indústrias e laboratórios e escolas técnicas”, descreveu Muller.

Ainda segundo ele, alunos formados em instituições de ensino tradicionais encontram mais facilidade em se formar no mercado de trabalho. “A Oswaldo Cruz, ao contrário de muitas escolas que tem fechado os seus cursos, vem recebendo um aumento na procura em função da sua grande tradição na área. Os profissionais formados aqui tem trabalho garantido, porque saem formados por um curso muito forte, com um grande nome no mercado”.

Ricardo Mirão

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